A Polícia Federal investiga diversos pedidos de união estável de imigrantes senegaleses com brasileiras, em Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul. De acordo com o delegado Mário Luiz Vieira, o número de solicitações chamou a atenção da inteligência da PF, que consultou os cartórios da região e descobriu que os falsos relacionamentos duravam cerca de três meses, tinham as mesmas testemunhas e o mesmo advogado.
"Isso com certeza tem um idealizador, alguém que orienta esses imigrantes a fazerem isso. Mas isso é muito ruim para eles, praticamente fecha a porta para essas pessoas aqui no nosso país, porque é um crime que deixa vestígios claros e pode levar até a deportação deles", afirma o delegado.
A PF já identificou 10 falsas uniões estáveis na região. Esses pedidos são registrados em cartório e fazem parte da documentação necessária para a solicitação de naturalização pretendida pelos imigrantes, que atualmente estão no país como refugiados.
Além dos estrangeiros, que correm o risco de serem deportados do país, podem ser responsabilizados pela fraude as mulheres que se submetem aos falsos relacionamentos, as testemunhas, que se repetem nos pedidos, e a pessoa que está orientando os imigrantes a cometerem o crime.
A investigação ainda é realizada. Caso a fraude seja comprovada, os envolvidos podem responder por falsidade ideológica, cuja pena é de um a cinco anos de prisão.
Uma jovem que foi convencida a firmar união estável com um senegalês em troca de dinheiro conversou com a reportagem da RBS TV. Ela diz que ganhou R$ 600.
"Uma amiga me ligou e perguntou se eu queria ganhar um dinheiro. Eu falei que precisava, porque estava separada e a nenê precisava de fraldas e precisava comer, né? Eu peguei e fui. Daí assinei os papéis pra ele poder ficar no país e saí de lá, peguei o dinheiro e vim embora, e nunca mais nos vimos", conta.
Só em Passo Fundo vivem mais de 350 senegaleses. Uma associação que reúne grande parte deles tenta identificar os imigrantes que forjaram as uniões para permanecer no Brasil.
"Essa situação não é uma coisa que está dando força para os imigrantes, então nós não queremos nos envolver com essa situação que é ilegal", garante o secretário da associação, Abou Ba.
Postado por WM Internet
as 15:30
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